terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O bom do cinema

Quando vim viver para Lisboa, passei a ficar sozinha durante as folgas semanais. Não tinha paciência para ir a Cascais, nem vontade de passear pela Costa, quanto mais meter-me no comboio para Sintra...
Na altura em que tinha o meu part-time ligado à música, acordava tarde, comia qualquer coisa, arranjava-me e ia para o metro para apanhar boleia (era a melhor parte do meu dia - rir, rir e mais rir, felicidade no seu estado mais simples). Depois comia qualquer coisa e ensaiava até tarde, mas a horas decentes para sair e ir beber um copo com amigos e rir mais um bocado.
Quando deixei este trabalho, tudo desapareceu - as boleias, as tardes a rir, os momentos mais divertidos, as noites ocupadas e os copos no final. 
Foi por isso que, no meio de uma espécie de depressão pós-demissão (é sempre difícil quebrar uma rotina, quanto mais quando vinha com tantos extras), decidi recorrer ao cinema. À tarde, a seguir ao jantar, à meia-noite. Eu já era fã de uma boa ida ao cinema, mas agora estou a voltar a ter noção do que já me tinha esquecido - que há coisas que se devem aproveitar, que nos ajudam a esquecer as amarguras e que sem elas a vida perde grande parte do seu interesse. 
Há quem diga que uma ida ao cinema é tão importante quanto uma sessão no psicólogo. Eu acho que é ainda melhor.
Viva o cinema! E que venham os Óscares, uma das melhores noites de trabalho!