Tenho uma amiga chamada Madalena. A Madalena
é das pessoas mais interessantes que conheço, mas é também uma pessoa muito
indecisa. Passa a vida a sorrir e a ser simpática com os outros, mas quando
desabafa percebe-se que vive com uma série de conflitos interiores.
Há uns tempos convidei a Madalena para ir
sair.
Ficou entusiasmadíssima! Começou a dizer que tinha uns saltos novos para
estrear e um novo rímel para usar. Estava tudo decidido: Hora, local,
transporte e companhias. Mas, pouco antes da hora marcada, mandou-me uma
mensagem a dizer que não estava com vontade de sair de casa. Perguntei-lhe o
que se passava e a resposta foi: “Nada, não si porquê, mas não me apetece”.
Mesmo assim, obriguei-a a sair de casa para
ir beber um copo. A verdade é que meia hora depois de termos entrado no bar (e
ainda a meio de um martini) a Madalena já estava cheia de vontade de ir para
uma discoteca e ficar a dançar até às tantas.
Basicamente, a Madalena sente que precisa de
um ‘empurrãozinho’, mas não gosta de o admitir a ninguém. Nem às pessoas mais
próximas. Este ‘querer ou não querer’ é uma constante na sua vida. Deseja
loucamente fazer algo, mas quando chega a altura de o fazer, não consegue.
Sente uma falta de entusiasmo súbita, um desmoronar inexplicável que a leva a
isolar-se sem que haja razões para isso.
É difícil lidar com a Madalena. Tanto é a
pessoa mais extrovertida do mundo, como se ‘fecha em copas’ sem revelar nada. O
que eu sei é que é preciso ‘puxar’ por ela. Não só para ir sair, mas para fazer
programas diferentes, conhecer pessoas e sítios, fazer algo que não pertença à
rotina. Assim que se ‘puxa’ por ela, a diversão está garantida.
Por isso, se têm amigas assim, não aceitem um
‘não’. Acreditem, elas agradecem.
PS: Quase três anos depois, voltei a este texto. A Madalena não existe. A Madalena foi a personagem que criei para mostrar como me sentia. Ninguém reparou no estado em que eu estava e eu tentei esconder durante muito tempo. Mas a tampa saltou e a sopa transbordou. Vou voltar a escrever sobre o assunto mais tarde.
PS: Quase três anos depois, voltei a este texto. A Madalena não existe. A Madalena foi a personagem que criei para mostrar como me sentia. Ninguém reparou no estado em que eu estava e eu tentei esconder durante muito tempo. Mas a tampa saltou e a sopa transbordou. Vou voltar a escrever sobre o assunto mais tarde.
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