Estou numa fase em que vejo mais séries do que filmes. E os
últimos tempos têm sido uma loucura: são só séries boas a sair!
Acabei na semana passada a segunda temporada de uma série
alemã chamada Dark (Netflix). A história passa-se numa aldeia chamada Winden,
conhecida pela sua central nuclear. Os seus habitantes começam aos poucos a
perceber que algo de estranho se passa nas grutas do bosque que rodeia a aldeia
– basta dizer que várias crianças estão a desaparecer no meio da floresta, tal
como já tinha acontecido 33 anos antes. É das melhores séries que vi! Prende ao
ecrã, deixa-nos ansiosos para que saia o próximo episódio e apanha-nos de
surpresa a toda a hora. E, claro, nota-se a diferença de uma produção alemã
para uma produção norte-americana: Stranger Things é o fenómeno do momento e
centra-se numa temática parecida, mas, na minha opinião, Dark é muito melhor em
todos os aspetos: argumento, cenário, personagens, ...
Outra série maravilhosa é Big Little Lies (HBO). Se calhar
muitos ouviram falar nesta série como ‘A série que tem a Meryl Streep na
segunda temporada’. A história centra-se num grupo de amigas que vive numa zona
abastada da Califórnia. Cada uma tem a sua vida e os seus problemas, mas, a
certa altura, acabam todos por ser apanhadas num drama. A forma como vão lidar
com essa tragédia fará com que se unam ainda mais... Ou não. Estou agora a ver
a segunda temporada – é mais fraca que a primeira, mas não deixa de ser uma
excelente série. Destaque para o trabalho de produção e edição.
This is Us (Fox) pode parecer uma telenovela, mas, para mim,
é das melhores coisas que os EUA produziram nos últimos tempos. Uma família de
cinco (pai, mãe e trigémeos) lida com os problemas do dia-a-dia. É só isto. Mas
há qualquer coisa nesta série que faz com que todos se identifiquem.
Serão as
personagens? A forma como o argumento está escrito? A interpretação dos atores?
Acho que é apenas o facto de todos passarmos problemas e de não existir uma
família perfeita.
Num registo totalmente diferente, The Marvelous Mrs. Maisel
(Amazon) também deixou tudo e todos presos ao ecrã. Midge vive em Nova Iorque,
na década de 50, com a sua família judia. Os Maisel não têm problemas na vida:
as contas estão recheadas, os homens são bem-sucedidos e as mulheres pertencem
a todos os clubes da elite. Problema: Midge, uma mulher casada e com dois
filhos, quer dedicar-se àquilo que mais gosta – stand-up comedy. Tudo é
maravilhoso nesta série: os cenários, os figurinos, os atores, as piadas. As
barrigadas de riso são garantidas.
Mas nenhuma série mexeu tanto comigo quanto Handmaid’s Tale
(Hulu). Uma parte dos EUA deu lugar a Gilead, uma nação (?!) totalitarista que
não respeita as mulheres e que as vê simplesmente como seres reprodutores.
Baseada na obra da canadiana Margaret Atwood, esta série não deixa ninguém
indiferente. As interpretações são magistrais e o argumento de arrepiar. Aconselho todos – mulheres e homens – a verem esta série. Não é pera doce, mas é importante que se tenha noção que estes problemas existem. Basta ver o que se passou há pouco tempo no Alabama...
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