Os festivaleiros vão deixar de me ler, mas não me aguento: já
não posso ouvir falar no NOS Alive.
Não levem a mal, fico muito contente por
todos os que se vão divertir a partir de amanhã no Passeio Marítimo de Algés,
mas já estou um bocado farta do entusiasmo excessivo à volta deste festival.
Coisas práticas: o cartaz não é nada de especial. Aliás, as
últimas edições não têm sido nada de extraordinário. Este ano, temos os Cure,
os Smashing Pumpkins e os Vampire Weekend. Os Smashing Pumpkins vieram na
primeira edição (há 12 anos, é certo) e os Cure à edição de 2012. Os Vampire
Weekend vieram ao festival duas vezes (em 2008 e 2013). É certo que estamos em
2019 e já passaram alguns anos, mas podia haver alguma inovação nos
cabeças-de-cartaz... Os Pearl Jam já vieram três vezes, os Prodigy duas, os
Disclosure outras duas (em palcos diferentes, verdade seja dita) e os Arctir
Monkeys também duas. Quero com isto dizer que há uma falta de originalidade na
escolha do cartaz. Por muito boas que sejam as bandas (e sou fã de várias), já
cansa andar sempre à volta do mesmo.
Os primeiros programas do Alive eram muito bons. Lembro-me
de ir às duas primeiras primeiras edições e ficar espantada com o cartaz de
luxo. Em 2007, os cabeças de cartaz foram precisamente Pearl Jam, Smashing
Pumpkins e Beastie Boys. Na mesma edição houve bandas como Linkin Park e White
Stripes. Um excelente programa para a primeira edição do festival. No ano a
seguir, tive a oportunidade de ver Bob Dylan, Neil Young, Ben Harper, John
Butler Trio e The National, entre outros. Mais um cartaz espetacular. As
edições seguintes continuaram a ser boas – Metallica e Dave Matthews Band em
2009, Deftones e Manic Street Preachers em 2010, Coldplay e Foo Fighters em 2011,
etc -, mas a certa altura começaram a tornar-se repetitivas.
É claro que todas têm coisas boas: como já disse, sou fã
bandas que vão este ano ao Alive, como os Cure e os Smashing Pumpkins. A melhor
parte desta edição: o regresso dos Ornato Violeta! Não vou ver, mas gostava
muito. E claro, o Alive tem condições muito boas que outros festivais não têm,
como o acesso a transportes públicos, o facto de ser um terreno plano e estar
numa zona muito central, ao lado de Lisboa. Mas calma, já não se pode com tanto
post sobre o Alive e tanta excitação na antecipação. É mais do mesmo.
Há outros festivais com concertos tão ou mais interessantes:
em junho, tivemos a Rosalía no Primavera Sound, dia 18 vamos ter a Lana Del Rey
no Super Bock Super Rock e ontem tivemos os Roots no EDP Cool Jazz. Há mais
para além do Alive. E ainda bem: assim temos concertos para todos os gostos.
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