segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Como um cão e uma gata podem fazer bem à saúde

Hoje escrevi um texto sobre o bem que os animais domésticos fazem à nossa saúde (Fica aqui o link. É sempre bom aumentar as visitas do site…). Nunca tinha pensado nisso, mas a verdade é que o meu cão e a minha gata acabaram por me ajudar bastante nos dias mais deprimentes…

Não sou fã de gatos. Nunca fui. Mas a minha gata é uma autêntica miss, cheia de taras e manias.

A Gotha (vem de Saxe-Coburgo-Gotha. Don’t ask. Quem não faz ideia do que estou a falar que vá ao Google, ia gastar muitos caracteres a explicar) tinha um passatempo: Passar o tempo a morder-me as pernas e ‘fazer ninho’ em cima de mim enquanto estava a dormir. À partida isto não parece lá muito simpático, mas a verdade é que não havia nada mais confortável do que ouvir o ron-ron em cima da barriga.

Hoje em dia, já não é miss, mas sim uma lady. A idade avançada já não a permite andar aos saltos pela casa, de mandar um speed quando vê um mosquito ou de oferecer pequenos presentes aos donos – e quando falo em presentes, refiro-me a um rato ou um pássaro que caçou no jardim e que faz o favor de trazer para dentro de casa, como se de um troféu se tratasse.

Mas eu gosto que ela esteja mais calma. Assim a vida resume-se a comer, dormir, ir apanhar sol ao jardim e fazer ron-ron em cima da barriga de um dos donos. Há gata mais simpática que esta?  

A Gotha era ‘a mãe’ do Charlie, o boxer mais ‘baboso’ de sempre – note-se aqui a diferença: ‘Charlie Parker Brown’ e ‘Saxe-Coburgo-Gotha’. Enfim... Uns são filhos, outros enteados.

O Charlie quando era pequenino observava a Gotha – um ano mais velha – e imitava-a. Ficámos com medo que se tornasse num cão-gato (usava as patas da frente para brincar com a bola, como se fosse um gato), mas acabou por se tornar num cão robusto, com um ladrar que fazia com que as pessoas que passavam ao lado do portão de nossa casa se assustassem e quase saltassem para a estrada.

Apesar de todo este ar aterrorizante, o Charlie era um ‘panhonhas’ do melhor que há. Adorava brincar com o seu osso de borracha, deitar-se na sua cama de barriga para o ar e entrava por um dos quartos a dentro a meio da noite só para ver se nós estávamos a dormir.

Parte menos boa: Como passava a vida aos saltos e a correr de um lado para o outro, as paredes de casa tinham deixado de ser brancas e tinham passado a ser cinzentas. Basicamente, tínhamos a casa ‘forrada’ a baba do Charlie. Isso sim provocava algumas discussões lá em casa, confesso.

Mas tirando isso, o Charlie era o cão mais divertido, simpático e carinhoso que alguma vez tive. Sempre que a família ia passar férias fora e o trabalho obrigava-me a ficar sozinha em Cascais, o Charlie não me deixava dormir sozinha. Quer adormecesse no sofá da sala, quer me enfiasse na cama do meu quarto, ele vinha sempre atrás de mim e fazia-me companhia a noite toda. E claro, assim que me levantava, lá vinha ele aos saltos também.

O Charlie morreu apenas há umas semanas. Tinha um tumor no focinho, que acabou por se alastrar para a garganta. Esteve sempre animado até ao fim. O único dia em que se portou mal e não ‘deu cavaco’ a ninguém, foi no dia em que o tumor começou a passar para a garganta e ele começou a sentir dificuldades em respirar. No dia a seguir, como já tinha percebido como devia contornar o problema, já estava novamente de osso na boca, a correr e a abanar ‘o croquete’ (só quem tem boxers é que percebe).

Pela descrição, não pensem que somos uma família de insensíveis e que o deixámos a sofrer até ao seu último suspiro. Isto terá acontecido no fim-de-semana (ou um dia ou dois antes) e tomámos a decisão de o abater na segunda-feira ao final da tarde – o que nos custou muito, uma vez que ele comia, dormia e brincava normalmente. Infelizmente, o tumor decidiu fazer com que ele não conseguisse esperar pelo final da tarde… Não vale a pena entrar em descrições.


Isto tudo porquê? Porque o meu cão e a minha gata fizeram-me de facto muito bem à saúde. Ajudaram-me a sentir mais animada quando passava por momentos mais negros e mostraram-se mais leais e carinhosos do que muitos que me rodeavam. 

Resumindo: Fizeram-me mesmo bem à saúde. E eu espero ter lhes dado pelo menos um bocadinho do que eles me deram a mim. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Vídeos ASMR: A melhor forma de adormecer

Call me crazy, mas os vídeos ASMR são a melhor coisa do YouTube.

Há uns tempos passei por uma fase mais difícil em termos profissionais e tinha muitas dificuldades. Cheguei a tomar calmantes para ver se conseguia dormir pelo menos umas quatro horas, mas nada resultava.

Tinha sempre o iPhone ao pé de mim para ir ‘cuscando’ o Facebook às tantas da manhã (sei que isto também não ajuda a adormecer, mas já não havia nada a fazer) e a certa altura decidi explorar o YouTube (calma, apenas conteúdos apropriados aos meus 24 anos).

Foi assim que encontrei os vídeos ASMR. Basicamente são pessoas como eu e outra qualquer que decidem fazer ajudar os outros a relaxar através dos sons.

Há de tudo: Desde roleplays (os meus preferidos) a pequenas dissertações, passando por leitura de vídeos ou simplesmente a exploração dos sons dos mais variados objectos.

Alguns devem achar que eu bati com a cabeça e que fiquei maluquinha, mas sou FÃ destes vídeos.

Para os que são loucos como eu e gostavam de experimentar, os meus preferidos são os que são feitos pela WhispersUnicorn e pela Springbok ASMR (nomes esquisitos, eu sei, mas ela são mesmo muito… relaxantes).

Caros amigos que têm dificuldades em adormecer, aqui fica um exemplo do que é o ASMR. Para os que se enervam facilmente com tudo e todos, este pode não ser o melhor remédio, mas não custa tentar.

Mas olhem que isto é viciante! Depois não digam que eu não avisei…

sábado, 8 de novembro de 2014

O que não partilhar com ele







“Couples share everything”. Or not.

Há coisas que são só nossas. Por muito forte que seja a relação, há segredos que não devem ser revelados. Temos que guardar algumas coisas para nós. Podemos até partilhar com outros (ou não), mas não precisamos de os revelar à pessoa com quem dividimos casa e passamos mais tempo.

Não há que ter qualquer sentimento de culpa. O mais provável é que ele também tenha coisas que não quer dizer. É assim que uma relação funciona na vida real.

Uma das minhas ‘pessoas preferidas’ estava sempre a dizer para não nos pormos a ‘vasculhar’ as traseiras de casa dele. Don’t ask. Por muito exagerado que seja este exemplo, é assim que a coisa funciona. Just don’t ask.

Pode ser completamente indiferente, como pode dar cabo tudo. Desde que haja sinceridade, não há necessidade de ‘remexer’ no que está bem empacotado lá mesmo no fundo do sótão.

Deixa a minha escova dos dentes em paz!

Em termos práticos, existem várias coisas que não se partilham:

1) Escova de dentes: É tão óbvio que até usei para subtítulo. É nojento. Ainda por cima se um fuma e o outro não, ou se um é louco por café e o outro detesta… Fiquemo-nos por aqui.

2) Passwords: Por muito bem que estejam agora, um dia podem não estar. Ter a senha de alguém pode sugerir um encorajamento para a ‘cusquice’. Lá está, guarde para si. Se tiver fotografias, mensagens ou outra coisa qualquer que queria mostrar, tome a iniciativa de o fazer, não dê espaço para antecipações.

3) O que achamos dos familiares: Se estamos a falar de relações duradouras, é óbvio que o baixo nível de empatia vai começar a notar-se, mas se é uma coisa recente, não vale a pena fazer juízos de valor sobre os familiares do companheiro. Não é com eles que vivemos…

4) Visões (e sensações) do inferno: Ninguém precisa de a ver a fazer a depilação ou a cortar as unhas dos pés. Há coisas que não se fazem à frente de ninguém. Principalmente há frente da pessoa que mais gostamos.


Como é óbvio, isto é só uma opinião. Tudo o que vão ler aqui são opiniões e nada mais que isso. Podem concordar ou não, isso é com vocês.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O que me der na real gana

Trabalho com a escrita todos os dias. E não falo de recados que deixo na cozinha para o meu namorado, das mensagens que envio a todos e mais algum ou dos comentários que publico no Facebook.

Sou jornalista.

Soa mesmo bem...

Sou jornalista.

Mas a coisa não é assim tão bonita quanto parece. Por muito que gostasse de escrever sobre grandes temas, aprofundar o meu conhecimento em certas áreas e redigir textos sobre o que me desse na real gana... Não é assim que a coisa funciona.

Felizmente trabalho com gente porreira que me dá liberdade para escrevinhar umas parvoíces de vez em quando. Mas, com tudo o que há a fazer, não sobra muito tempo para criar o que queremos.

Concluídas as justificações desnecessárias, cá vai: Vou usar este espaço para ir escrevendo de vez em quando, quando me apetecer, sobre o que me apetecer.

Não esperem grandes textos com a análise dos problemas em torno da coligação PSD-CDS ou sobre questões relacionadas com o défice orçamental. Lá está - vou escrever sobre o que me der na real gana. Por muito fútil, oco e infantil que seja, é o assunto que me apetece abordar naquele momento.

Sem qualquer tipo de compromisso para com os milhares de leitores que me acompanham, vemo-nos por aqui... quando me der na real gana.