segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A minha liberdade já acabou? Não faço ideia…

“A minha liberdade termina quando começa a dos outros”. Fartei-me de ouvir isto nos últimos dias, após o atentado à redacção do Charlie Hebdo. Ora bem… O que raio quer isto dizer? Colocaram esta questão durante o programa Governo Sombra e confesso que fiquei a pensar durante um bom bocado. Conclusão: Não faço ideia onde começa e acaba a minha, por isso peço desculpa se continuei a usufruir da minha liberdade depois desta ter terminado. Comecem a delinear melhor a coisa e pode ser que as pessoas não se percam pelo caminho e invadam a liberdade do vizinho.



Não consigo entender as afirmações de algumas pessoas. “Tens liberdade de expressão, não podes é ofender”. Tal como Ricardo Araújo Pereira disse no programa “não acho bem que se insulte, acho é que insultar deve ser permitido”.

Podem viver num mundo sem crítica, sem caricaturas, sem ironia, sem opiniões, onde não se pode fazer piadas sobre Fátima e alguns se sentem ofendidos com a construção de bonecos de neve (a sério, é visto na Arábia Saudita como uma prática anti-islâmica. Ora vejam). Eu cá não acho piada nenhuma a esse mundo, por isso gostava que continuassem a poder fazer piadas sobre os assuntos ‘tabu’ e pouco explorados.

Posso não achar muita graça (como acho o Nilton muito fraquinho, por exemplo, e sou louca pelo Conan O’Brien. Como adoro o Kramer do Seinfeld, mas achei as tiradas do Michael Richards sobre os negros muito infelizes) e apontar uma certa falta de gosto, mas isso não faz com que tenha o direito de calar quem quer que seja.


Continuem a desenhar e a escrever. Muitos vão detestar, mas outros agradecem.

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