quarta-feira, 10 de julho de 2019

Não me espanquem, mas já não posso ouvir falar no NOS Alive


Os festivaleiros vão deixar de me ler, mas não me aguento: já não posso ouvir falar no NOS Alive. 

Não levem a mal, fico muito contente por todos os que se vão divertir a partir de amanhã no Passeio Marítimo de Algés, mas já estou um bocado farta do entusiasmo excessivo à volta deste festival.
Coisas práticas: o cartaz não é nada de especial. Aliás, as últimas edições não têm sido nada de extraordinário. Este ano, temos os Cure, os Smashing Pumpkins e os Vampire Weekend. Os Smashing Pumpkins vieram na primeira edição (há 12 anos, é certo) e os Cure à edição de 2012. Os Vampire Weekend vieram ao festival duas vezes (em 2008 e 2013). É certo que estamos em 2019 e já passaram alguns anos, mas podia haver alguma inovação nos cabeças-de-cartaz... Os Pearl Jam já vieram três vezes, os Prodigy duas, os Disclosure outras duas (em palcos diferentes, verdade seja dita) e os Arctir Monkeys também duas. Quero com isto dizer que há uma falta de originalidade na escolha do cartaz. Por muito boas que sejam as bandas (e sou fã de várias), já cansa andar sempre à volta do mesmo.

Os primeiros programas do Alive eram muito bons. Lembro-me de ir às duas primeiras primeiras edições e ficar espantada com o cartaz de luxo. Em 2007, os cabeças de cartaz foram precisamente Pearl Jam, Smashing Pumpkins e Beastie Boys. Na mesma edição houve bandas como Linkin Park e White Stripes. Um excelente programa para a primeira edição do festival. No ano a seguir, tive a oportunidade de ver Bob Dylan, Neil Young, Ben Harper, John Butler Trio e The National, entre outros. Mais um cartaz espetacular. As edições seguintes continuaram a ser boas – Metallica e Dave Matthews Band em 2009, Deftones e Manic Street Preachers em 2010, Coldplay e Foo Fighters em 2011, etc -, mas a certa altura começaram a tornar-se repetitivas.

É claro que todas têm coisas boas: como já disse, sou fã bandas que vão este ano ao Alive, como os Cure e os Smashing Pumpkins. A melhor parte desta edição: o regresso dos Ornato Violeta! Não vou ver, mas gostava muito. E claro, o Alive tem condições muito boas que outros festivais não têm, como o acesso a transportes públicos, o facto de ser um terreno plano e estar numa zona muito central, ao lado de Lisboa. Mas calma, já não se pode com tanto post sobre o Alive e tanta excitação na antecipação. É mais do mesmo.

Há outros festivais com concertos tão ou mais interessantes: em junho, tivemos a Rosalía no Primavera Sound, dia 18 vamos ter a Lana Del Rey no Super Bock Super Rock e ontem tivemos os Roots no EDP Cool Jazz. Há mais para além do Alive. E ainda bem: assim temos concertos para todos os gostos.

Sem comentários:

Enviar um comentário